Alerta na <em>Petrogal</em>
Os representantes dos trabalhadores da Petrogal e Galp Energia vão realizar reuniões e plenários nos locais de trabalho, para analisar a actual situação na empresa e formas de continuar a luta por uma empresa ao serviço do País.
A privatização coloca questões de fundo que não podem ficar no segredo dos deuses
A Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal e as direcções das federações e sindicatos representados na empresa e no grupo Galp Energia (que integra ainda a GDP, a Lisboagás e a Transgás) decidiram reunir ontem, com este objectivo. Um dos motivos de protesto e preocupação prende-se com o facto de as estruturas representativas não terem informação oficial sobre o que se está a passar, ao mesmo tempo que a comunicação social vai publicando notícias que consideram de gravidade.
No dia 31 de Agosto, o Conselho de Administração da holding Galp Energia decidiu propor uma distribuição extraordinária de dividendos, de 1,05 euros por acção, aprovada por unanimidade na Assembleia Geral. A informação oficial distribuída, protestou no dia seguinte a Sub-CT da Petrogal de Sines, constitui «uma lenga-lenga sem objectividade, que ainda diz menos do que a divulgada por órgãos da comunicação social saídos no dia e até na véspera». Questiona a Sub-CT, por exemplo, qual o valor dos lucros, por quem serão distribuídos e que parcela será atribuída aos trabalhadores.
Amorim
a ganhar
Sem confirmação oficial, a Sub-CT de Sines e a Comissão Central de Trabalhadores encaram com preocupação o valor de 870 milhões de euros, divulgado nos jornais, que corresponderá àquela distribuição de dividendos. «Esta nova descapitalização é um outro “rapar o fundo ao tacho”», comenta a Sub-CT, lembrando que, «mais uma vez, os accionistas são remunerados principescamente, sem qualquer benefício para a empresa e para o País» e que, «só no que respeita ao grupo Amorim, em meia dúzia de meses, fala a imprensa em 470 milhões de euros de dividendos».
A «fictícia guerra» entre aquele grupo e o Governo de Sócrates e Manuel Pinho – denuncia a estrutura de Sines – é uma «manobra de diversão, que procura desviar a atenção da política de privatização, claramente nefasta para o País, e na qual se pode inserir a estratégia de valorizar as acções, para atrair os pequenos investidores e os trabalhadores», «podendo depois da OPV vir a dar jeito falar-se na sua descapitalização, decrescendo o seu valor, conduzindo à desvalorização das acções em Bolsa».
O Governo decidiu vender até 27,5 por cento do capital da Galp Energia, de acordo com o decreto-lei publicado a 14 de Agosto. Mais recentemente, reafirmou que esta 4.ª fase da privatização deverá ocorrer em Outubro.
Alertando que esta decisão coloca «várias questões de fundo de alta importância para o País, para a empresa e para os trabalhadores», a CCT da Petrogal recordou sexta-feira que, em Junho, o primeiro-ministro informou ter determinado à tutela que reunisse com esta estrutura, mas o ministro Manuel Pinho ainda não marcou qualquer reunião.
A Comissão Central de Trabalhadores reclama também que, nos termos legais, lhe seja apresentada «em versão de projecto» a reestruturação que a actual gestão tem em marcha.
Os «momentos conturbados» por que a empresa hoje passa inserem-se num «percurso sinuoso, proporcionado pela política de privatização, recentemente intensificada e negociada no segredo dos deuses», percurso que a CCT considera ter começado «desde que a empresa passou a ser gerida por uma Administração que visava tudo, menos o necessário aproveitamento e crescimento da sua base de origem e essencial (a actividade petrolífera, desde o poço de petróleo até à ponta da mangueira de abastecimento dos combustíveis líquidos e gasosos)».
No dia 31 de Agosto, o Conselho de Administração da holding Galp Energia decidiu propor uma distribuição extraordinária de dividendos, de 1,05 euros por acção, aprovada por unanimidade na Assembleia Geral. A informação oficial distribuída, protestou no dia seguinte a Sub-CT da Petrogal de Sines, constitui «uma lenga-lenga sem objectividade, que ainda diz menos do que a divulgada por órgãos da comunicação social saídos no dia e até na véspera». Questiona a Sub-CT, por exemplo, qual o valor dos lucros, por quem serão distribuídos e que parcela será atribuída aos trabalhadores.
Amorim
a ganhar
Sem confirmação oficial, a Sub-CT de Sines e a Comissão Central de Trabalhadores encaram com preocupação o valor de 870 milhões de euros, divulgado nos jornais, que corresponderá àquela distribuição de dividendos. «Esta nova descapitalização é um outro “rapar o fundo ao tacho”», comenta a Sub-CT, lembrando que, «mais uma vez, os accionistas são remunerados principescamente, sem qualquer benefício para a empresa e para o País» e que, «só no que respeita ao grupo Amorim, em meia dúzia de meses, fala a imprensa em 470 milhões de euros de dividendos».
A «fictícia guerra» entre aquele grupo e o Governo de Sócrates e Manuel Pinho – denuncia a estrutura de Sines – é uma «manobra de diversão, que procura desviar a atenção da política de privatização, claramente nefasta para o País, e na qual se pode inserir a estratégia de valorizar as acções, para atrair os pequenos investidores e os trabalhadores», «podendo depois da OPV vir a dar jeito falar-se na sua descapitalização, decrescendo o seu valor, conduzindo à desvalorização das acções em Bolsa».
O Governo decidiu vender até 27,5 por cento do capital da Galp Energia, de acordo com o decreto-lei publicado a 14 de Agosto. Mais recentemente, reafirmou que esta 4.ª fase da privatização deverá ocorrer em Outubro.
Alertando que esta decisão coloca «várias questões de fundo de alta importância para o País, para a empresa e para os trabalhadores», a CCT da Petrogal recordou sexta-feira que, em Junho, o primeiro-ministro informou ter determinado à tutela que reunisse com esta estrutura, mas o ministro Manuel Pinho ainda não marcou qualquer reunião.
A Comissão Central de Trabalhadores reclama também que, nos termos legais, lhe seja apresentada «em versão de projecto» a reestruturação que a actual gestão tem em marcha.
Os «momentos conturbados» por que a empresa hoje passa inserem-se num «percurso sinuoso, proporcionado pela política de privatização, recentemente intensificada e negociada no segredo dos deuses», percurso que a CCT considera ter começado «desde que a empresa passou a ser gerida por uma Administração que visava tudo, menos o necessário aproveitamento e crescimento da sua base de origem e essencial (a actividade petrolífera, desde o poço de petróleo até à ponta da mangueira de abastecimento dos combustíveis líquidos e gasosos)».